Blumenau

Blumenau
Torre da Catedral de São Paulo Apóstolo, Blumenau(SC)

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O Homem que conheceu o Amor (Affonso Romano de Sant’Ana)


Do alto de seus oitenta anos, me disse: “Na verdade, fui muito amado”. E dizia isto com tal plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à beira-mar.

Não havia arrogância na sua frase, mas algo entre a humildade e petulância sagrada. Parecia um pintor, que olhando o quadro terminado assina seu nome embaixo.

Havia um certo fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete satisfeito, já que sempre estivera pronto para amar.

Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma estátua. Mas, do jeito que falava, ele pedia apenas que no seu túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi amado”. Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: Tive todas as mulheres que quis. Outros, ainda, dizem: Não posso viver sem Fulana( ou Fulano). N Bíblia está que Abraão gerou Isaac, Iasac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.

Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela frase me senti não apenas como o filho que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: Quando eu crescer quero ser um homem de oitenta anos que diga: “Amei muito, na verdade, fui muito amado”. Se não pensasse isso, não seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada.

Ouvindo-o por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo que Freud sempre disse, de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isso era coisa passada. Porque sobre o amor há muitas frases inquietantes por aí. Bilac nos dizia salomônico: “Eu tenho amado tanto e não conheço o amor”. O Arnaldo Jabor disse outro dia a frase mais retumbante desde “Independência ou Morte”: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo Alves dizia: “Era feliz e não sabia”. Frase que se pode atualizar: Eu era amado e não sabia. 

domingo, 9 de agosto de 2015

Rufino Dalfovo - Meu pai, um motorista de caminhão


Este é um diário de bordo diferente. São minhas lembranças de infância e adolescência viajando a bordo de um caminhão com meu pai Rufino Dalfovo.
Morávamos em Blumenau, no bairro Ponta Aguda, no inicio da Rua das Missões, que naquele tempo ainda era de chão batido, (o asfalto chegou pelos anos 70).
Por volta do inicio de 1960, quando eu tinha de 6 para 7 anos ouvimos em casa que papai ia trocar de emprego. Ia deixar de ser carpinteiro para ser motorista de caminhão. 
Numa tarde, escutamos em casa uma buzina forte de um caminhão e vimos, minha mãe, eu e minha irmã, lá na estrada, papai chegando, dirigindo um reluzente Ford F600 cor azul e teto branco, com uma carroceria de madeira. Aquele azul me impressionou tanto que hoje, quando me perguntam qual a minha cor preferida eu digo que é azul.






Papai começou a trabalhar para uma empresa madeireira cujo proprietário era ao Sr. Fernando Beduschi, também residente em Blumenau,  chamada Empresa Nossa Senhora do Rosário. Era uma pequena empresa que começou a explorar madeira numa região montanhosa, em terras hoje pertencentes ao Parque da Serra do Itajai. O local se chama Encano Alto, no caminho para o Faxinal do Bepi. Embora fosse município de Indaial, chegava-se lá pelo bairro Garcia / Progresso em Blumenau, e ficava a uns 30 km do centro da cidade
Lá neste interior foram abertas estradas pela mata e também foi construída uma serraria, movida por uma caldeira a vapor. O combustível era a lenha produzida pela própria serraria.
Contava meu pai, que no inicio, os operários moravam todos de forma precária em um barracão. Não tinha fogão e a comida era preparada em um caldeirão suspenso por correntes sobre o fogo. Tinha um garoto chamado Hanz, com certo retardo mental, filho do “encarregado”, que era o cozinheiro da turma. Fazia polenta e  pão de milho, que  cortava as fatias por cumprido ficando umas fatias de todo tamanho. Ninguém acreditava, mas meu pai dizia que à noite o caldeirão servia também para eles lavarem os pés para dormir.
O caminhão era um Ford F600 movido ainda à gasolina e enfrentava bravamente uma estrada difícil, cheia de serras, muita pedra ou lama quando chovia. O roteiro para este interior começava no bairro Garcia em Blumenau, na antiga Artex, onde terminava o calçamento e asfalto. Pelo caminho logo ficava a casa e armazém do Sr. Juca Santos, que tinha um Jipe de socorro quando necessário. Ele também explorava palmito naquelas terras. Daí para frente já era estrada de terra, embora uma parte bem conservada. Alguns quilômetros para frente, seguindo o caminho do morro Spitzkopf, pegava-se à direita onde hoje é a rua Germano Schraiber. Aí já começava a subida da primeira serra de 7 km. A estrada deserta era boa, mas passava um só carro de cada vez. Tinha dois operários da Prefeitura de Blumenau, que com uma carroça puxada a cavalo, faziam a conservação da estrada, fazendo bueiros, tapando os buracos maiores e roçando a estrada. No meio desta primeira serra morava um genro do Seu Bepi, o seu Vitor. Ali a subida dava uma folga, andando no plaino umas centenas de metros para depois continuar morro acima. No alto da serra ficava a divisa de Blumenau com Indaial. Começando a descida moravam ainda algumas poucas famílias, mas praticamente todo caminho restante da serra, tanto na subida com descida era deserto, mata fechada. Não havia moradia. Já no final da descida, do outro lado da serra, encontrava-se a cabeceira do ribeirão Encano, e tinha uma pequena vila, onde moravam os Tamazia, (Seu Venâncio e um irmão), morava também o “Alemão da Vargem” (nunca soube seu nome) e outras famílias. Tinham plantação e criavam gado. Próximo também já se encontrava a primeira serraria (”Fega”) junto a uma pequena igreja católica e a primeira escola da região. A professora desta escola era a dona Martinha Moretto.

A estrada ainda plaina, boa e conservada, continuava até a próxima serraria da Família Moretto, com uma serra-fita movida por a roda  d’água. Havia um pequeno núcleo de casa dos operários e o proprietário da serraria também morava ali. Daí para adiante começava uma nova serra, acompanhando o rio, de subida difícil, linda mas perigosa, cheia de pedras, barrancos, despenhadeiros, que chamávamos de “‘peral”. O caminhão andava em primeira e segunda marcha uns 8 km. O consumo de combustível e pneus era alto.

Não havia pontes e a travessia do rio era por dentro da água mesmo, 10 a 20 m de largura. Algumas vezes meu pai parava no meio do rio, pegava um balde ou uma lata velha e lavava um pouco a lama do caminho, jogando água sobre a cabine do caminhão. Era um rio de águas frias, límpidas, correndo por entre pedras com corredeiras e cascatas.

Enfim, depois de subidas e descidas, chegava-se ao local onde foi construída a serraria. Tudo girava ao seu redor. O local era muito bonito, próximo ao rio, com uma linda cachoeira ao fundo. O local foi escolhido a dedo pelo proprietário,  Sr. Fernando. Era o seu xodó. Logo na entrada foi preservada uma grande árvore de canela, que precisavam de quatro a cinco homens para abraçá-lo. Quando, depois de uns 10 anos (não se sabe o motivo) a empresa ela foi vendida para outra empresa de Itajaí chamada Moreira Bastos, a região daí por diante passou a ser conhecida por “Moreira”. A primeira coisa que os novos proprietários fizeram, foi cortar o pau de canela. Diz meu pai que o Seu Fernando ficou muito triste com isto. Seu Fernando continuou sua vida e não tivemos mais muito contacto. Víamos às vezes na missa ou ainda na Ordem Terceira Franciscana onde atuava fortemente.

Tanto com o Seu Fernando como agora na Moreira Bastos, papai saia de madrugada de casa todo dia, enfrentando este caminho, chegando lá já quase ao meio dia. Aí tinha que fazer algumas viagens dentro do mato para trazer as toras das árvores cortadas para a serraria. No mato encontrava-se muita madeira de lei, canela, peroba, cedro, sendo cortada ainda a machado pelo “farquejador” e puxada até os estaleiros, à beira da estrada por valentes cavalos. O Sr. Rumold Groni era o responsável pelos animais e pela equipe de operários encarregados de derrubar as árvores e preparar as toras. Bem mais tarde chegaram as motosserras e tratores com guinchos. 

Havia uma técnica também para carregar no caminhão as toras que já estavam no estaleiro. Usando um pau chamado espeque e um gancho chamado gato ou canha, se rolavam as toras com a força dos ombros. Muitas vezes vi papai carregar o caminhão sozinho. Colocava umas pranchas fortes e ia rolando as toras, com o espeque como alavanca e empurrando um calço com o pé, as vezes remontando até 2 ou 3 camadas de toras, dependendo da grossura delas. Ao final amarrava a carga com uma corrente e apertava usando um pau cumprido e flexível, geralmente de araçá que ele chamava de  “saprema”. Entrelaçava na corrente e esticava esta saprema, amarrando na ponta. Desta maneira a carga, mesmo com o movimento de ajeitamento na viagem, sempre ficava amarrada. As toras, sempre eram roliças. Eram tortas, com abas, que papai dizia era uma “diaba”.




A serraria tinha uns 10 operários, que ficavam pouco tempo e já saíam. O trabalho era muito duro, e levavam uma vida difícil, sem luz elétrica e trabalhando de sol a sol. As famílias moravam lá. O caminhão muitas vezes levava e trazia as pequenas mudanças, em cima da carga de madeira. Muitas vezes fui com papai buscar mudanças longe, longe, de pessoas com experiência em trabalho com madeira, cada vez mais raras. Às vezes vinham duas ou três famílias, com moveis toscos, colchão, vaca, cachorro, bicicletas, todo na mesma carga. As mulheres e crianças na cabine e os homens e eu, é claro, na carroceria (naquele tempo podia). Eu, sempre que possível, viajava em cima na carroceria. Gostava do vento do rosto e do cheiro da floresta. A velocidade do caminhão lá no mato também não passava de 10 km /h.
O proprietário, Sr. Beduschi dava toda a assistência necessária às famílias. Muito religioso, construiu uma capela na vilazinha que também virou escola, onde a professora era querida dona Anita Gronni. Tempos depois, quando eu já tinha meus 13 anos, eu estudava fora de Blumenau, mas minha família também foi morar lá neste lugar.  Foi construído uma casa grande de madeira, com dois andares e um porão. No “térreo” morávamos nós, tinha também uma sala grande onde foi a primeira escola e um espaço que mais tarde papai montou um pequeno armazém.  No andar superior existiam quartos para os operários que não trouxeram a família junto. No porão, ficava o espaço para os animais, a estrebaria como nas antigas casas europeias. Havia umas 10 vacas e um touro zebu chamado Zimbro, muito bravo, com uma argola no focinho. Só papai é que chegava perto dele. Minha mãe, embora nascida no interior de Camboriú(SC), que tinha saiu cedo de casa para trabalhar numa fábrica em Brusque com seus 13 anos, voltou às origens. De botina, lembro-me dela tratando das vacas, tirando leite, fazendo queijo, e também cozinhando para os hóspedes do andar de cima. Papai, à luz velas ou lampião, lendo ou fazendo o somatório da cubagem da madeira, sem calculadora. Embora tenha estudado até o segundo primário, aprendeu tudo pela vida. Tinha uma memória prodigiosa e raciocínio matemático apurado. Ao dirigir caminhão, como necessário ao bom motorista, tinha o que chamávamos de ”golpe de vista”, uma forma perfeita de calcular o ângulo das curvas a fazer para manobrar o caminhão grande em locais ou ruas estreitas. Mesmo mais tarde, em outros empregos que teve como motorista, a sua memória era fantástica, sabendo os caminhos e encruzilhadas pelo interior de SC. 
Lá na vila, aos domingos havia pouca diversão. Uma vez por mês tinha missa celebrada pelo Padre Sílvio da paróquia da Rua da Gloria, ouvia-se musicas caipiras pelo radinho a pilha e sem televisão. Tinha uma pelada de futebol e não muito mais por fazer. Dona Anita e o meu pai é que animavam o lugar, com brincadeiras, competições, corrida do saco e outras coisas.
O Sr. Beduschi tinha um jipe verde de quatro portas e muitas vezes ia para o Encano com ele. Na viagem, rezava sempre o terço, e quem estava junto, sempre tinha alguém, tinha que rezar com ele. Tinha um trecho da estrada que era um pouco melhor, na primeira serra e permitia alguma velocidade. No entanto era ainda muito estreita.  Papai conta que numa destas viagens, quando já estavam voltando, o Sr. Beduschi dirigindo morro abaixo, numa curva apareceu outro carro subindo a estrada. Os dois carros “se espremeram” e por pouco não bateram, já que os dois estavam em velocidade.  Pois estavam no meio de uma “Ave Maria”, quando o outro carro surgiu na frente. Aí a oração do Seu Fernando ficou: “Ave Maria, cheia de graça----Filha da p.-----, O Senhor é convosco.....”, e continuaram a reza e a viagem.


Noutra feita, contava papai também estavam junto com o Sr. Fernando, um operário da serraria, o Sr. Herbert e papai. Não se sabe por que, começou uma discussão entre o Sr. Herbert e o Sr. Fernando, as vozes foram se elevando e no meio da discussão, o Seu Fernando, dirigindo o jipe, deu um tapa do rosto do Sr. Herbert, um alemão de 2 m de altura. Espanto geral e Seu Herbert dizendo: “Pensa que não dói, Seu Fernando?”. Depois Seu Fernando explicou a papai que se sentiu desrespeitado. Mas a expressão ficou anos entre o pessoal e servia de mote quando alguém se sentia ofendido ou se machucado.
Foi neste ambiente e realidade que cresci. Muitas vezes viajava junto com papai.  O caminhão era transporte, ônibus, correio, ambulância e única ligação daquele lugar distante, esquecido do resto do mundo. Não existia armazém, nem geladeira. Papai trazia as encomendas para cada família e o Sr. Lino Piering, que tinha um armazém já aqui no Jordão/Canto do Rio fornecia para o pessoal arroz, feijão, linguiça e outros alimentos além de fumo, querosene, pregos  e tudo que precisavam. Tudo era acondicionado em um saco grande de pano e ao final do mês era descontado do pagamento. Às vezes papai levava cana para alguns animais criados lá próximos à serraria. Esta cana ele cortava com o facão e carregava sozinho o caminhão. Buscava longe, às vezes em Gaspar, Ilhota.
Como o caminhão andava muito devagar de 5 a 10 km/hora, gostávamos  de viajar na carroceria, sentado em cima das tábuas serradas. Quantas vezes eu e minha irmã vínhamos cantando as musicas de sucesso na época, do Roberto Carlos, Jerry Adriano, Wanderley Cardoso e outros. A “senha” para parar o caminhão era bater no teto da cabine, quando víamos que acontecia alguma coisa com a carga. Se havia alguém novo viajando na carroceria e começava a bater sem saber no teto, por brincadeira ou acompanhando a cantoria, logo aprendia a senha, pois na primeira batida papai parava e perguntava o que tinha acontecido. No caminho, muitas flores, orquídeas bromélias, xaxins, mel e frutas silvestres. Lembro-me de uma vagem muito gostosa chamada “ingá macaco”, pois a forma lembrava um rabo de macaco. A árvore ficava a beira da estrada, e os frutos baixos logo eram apanhados. Mas quando o caminhão passava debaixo da árvore, sempre tinha frutos no alto, e subindo na carga, conseguíamos apanhar.  
Era o caminho diário de papai. À noite chegava em casa, as vezes ainda tendo que descarregar o caminhão sozinho com madeira serrada. Quantas vezes ele me acordava a noite para ir junto com ele e ajudar. Eu alcançava a ponta das tábuas na beira da carroceria, onde ficava mais fácil para ele, tábua a tábua descarregar o caminhão. Aos finais de semana ainda tinha outras atividades com o caminhão, distribuído donativos que chegavam dos Estados Unidos na era Kennedy, num programa mantido pela Ação Social Católica da paróquia Centro de Blumenau, chamado “Aliança para o Progresso”. Lá estavam Frei Efrém, Maura e outros voluntários. Mas falarei disto num próximo diário de bordo. (sim, eu também ia junto distribuir por toda Blumenau).
 Com o tempo, o caminhão ia ficando velho, quebrado, batia tudo, mas nada que o meu pai não conseguisse manter andando. Ele conhecia cada barulhinho que fazia e se ele ouvia algum diferente ele ia atrás, e às vezes descobria uma lata velha batendo debaixo do assento. O para-choque dianteiro era um trilho de ferro recurvado. Com um alicate um pedaço de arame ele fazia milagres, como motorista, mecânico, borracheiro. Pneu furado e cortado era corriqueiro naquele caminho todo pedregoso. Quantas vezes papai teve que trocar pneu sozinho, com o caminhão em subida. No rodado traseiro tinha dois pneus de cada lado e ele ficava feliz quando furava o pneu externo, pois não precisava usar o macaco. Bastava colocar um calço no pneu de dentro que levantava o pneu de fora e dava para trocar. O pouco de mecânica que sei, aprendi vendo papai consertando o caminhão pela estrada e vendo o que ele fazia. Foi neste caminhão que aprendi a dirigir.
Quando chovia, a estrada ficava intransitável. Às vezes se colocava correntes nos pneus para melhorar a tração, mas com isto danificava mais a estrada que já era ruim, usava como último recurso. Para descer uma ladeira lisa, com lama, o jeito era encostar o caminhão no barranco e ir freando com dava. Por isso tinha um trilho como para-choque. Existiam subidas tão íngremes, que o caminhão mesmo em primeira marcha reduzida não conseguia vencer. Aí tinha todo um artifício para fazer o caminhão arrancar do meio do morro. Colocava-se atrás dos pneus traseiros uma prancha de madeira, que já ficava à beira da estrada, formando uma pequena plataforma. Dava-se uma ré sobre ela, e aqueles 1,5 m bastavam para uma nova arrancada e subir até em cima. O ruim é que depois tinha que descer e desmontar o aparato e tirar as pranchas da estrada. Esta imagem sempre me vem à lembrança, quando na vida temos que dar um passo atrás para podermos ir mais longe buscando nossos objetivos.
Certa feita foi comprado um caminhão novo e papai ficou chateado, pois contrataram um outro motorista e ficou ainda com aquele “pau velho” como ele dizia. Depois o patrão falou que só quem entendia e conseguia manter aquele caminhão andado era papai.  Serviu de consolo, mas não convenceu.
Assim Papai nestas idas e vindas, trabalhou por quase 20 anos transportando madeira, pessoas, sonhos e ilusões de um povo sofrido, enquanto havia na madeira na região. Lembro-me do Seu Artur que morreu num acidente com um trator que caiu por cima dele. O Jovino e seus irmãos que trabalhavam no mato; o Seu Herbert com sua espingarda “pica-pau”; o Seu Maneca Correia, foguista na caldeira, a “Cumadre da minh’alma”, o Fonga, o Seu Xisto serrador e Dona Isaura e tantos outros.  
Lá pelos anos 70 então, com a madeira acabando, toda aquela região virou reflorestamento, a serraria foi desativada, a empresa vendida e papai procurou outro emprego. Foi trabalhar também como motorista, no comércio de um atacadista no Garcia chamado Genésio de Souza, onde fazia a entregas com o caminhão. Mas isto é assunto para o próximo diário (Sim, a história continua).  
Hoje toda esta região pertence ao Parque do Vale do Itajaí, abrangendo os municípios de Blumenau, Indaial, Botuverá e Apiúna, Ascurra, Gaspar, Guabiruba, Presidente Nereu e Vidal Ramos.  Parte virou reflorestamento e no restante a natureza está se encarregando de reconstituir o que foi derrubado.

Enfim, esta é um pouquinho da vida de meu pai. Ele nasceu em Ascurra(SC), foi agricultor até os 18 anos em Ilhota na localidade de Braço do Baú, onde plantava arroz com meu avo Luciano Dalfovo.  Prestou serviço militar no Rio de Janeiro no “Batalhão da Guarda presidencial”, onde foi guarda pessoal do então presidente da República General Eurico Gaspar Dutra. Era tradição na época (não se é hoje) que este batalhão era formado só por catarinenses. Foi lá que aprendeu a dirigir caminhão. Quando deu baixa do exército, voltou a Blumenau e não quis mais o trabalho da roça. Começou a trabalhar como motorista com o Sr. Arnoldo Prim, mais tarde com a Transportadora Blumenauense, onde viajava por este Brasil com um caminhão Volvo. Levava duas semanas uma viagem a Belo Horizonte. Ele contava também muitas histórias destas viagens. Casou com minha mãe, Verginia Rocha em Novembro  de 1953. Mamãe, já grávida de mim, foi junto numa destas viagens.  
Quando nasci em 1954, papai parou de viajar e foi trabalhar como carpinteiro com meu tio Carlos Dalfovo, que estava construído casas de madeira para alugar, em um grande terrno que tinha no bairro Água Verde em Blumenau, na época Scharakenbak (em alemão) ou Ribeirão Jararaca. Trabalhou também como carpinteiro na Construtora Hanne de Blumenau, onde o encarregado era o seu amigo José Simão. Trabalhou nesta empresa até 1960. Bem mais tarde um pouco antes de se aposentar, voltou a trabalhar nesta empresa agora como motorista de caminhão caçamba. Depois que se aposentou trabalhou ainda como manobrista do estacionamento das Lojas Hering em Blumenau, onde ficou amigo do Sr. Erich Staimbach, proprietário da loja.
Ao se aposentar, por volta de 1975, quando casei, ele ainda foi trabalhar em uma pousada em Araucaria(PR) com meu tio Alfredo Muller e minha tia Lola, mas ficou meio cigano, morando ora em Curitiba, ora em Blumenau. Fez algumas mudanças de cá para lá e de lá para cá e nos afastamos um pouco, sempre perto de minha irmã Goretti. Faleceu em 2004. Hoje sinto a sua falta e vejo que tinha muito sobre o que conversar com ele. Era um contador de história e a seu modo viveu uma boa vida, sempre ajudando os outros. Dele herdei a sua careca e, dizem um pouco do seu jeito de ser. Foi isto que me motivou a escrever um pouco sobre ele. É isto. 


sábado, 18 de janeiro de 2014

Bolinha


Carlos Eduardo Mendonça tinha este apelido pois era muito, mas muito gordo. Bolinha era um apelido carinhoso para quem era um “bolão”.

Nos anos 80 fomos morar em Florianópolis, eu, minha esposa Hulda e filha Taís (lá nasceu o filho André, manezinho legítimo).

Maria Hulda voltou a estudar e a Jô, então esposa do Bolinha,  estudava com ela. Não conhecíamos ele ainda.

Fomos convidados num final de semana para jogarmos canastra na casa do casal. Eles moravam numa casa no Jardim Atlântico. Chegamos ao final da tarde e eles não estavam em casa ainda. Fomos olhar ao redor, jardim etc., e vimos estendidos no varal umas peças de roupas. Havia algumas peças grandes, quase um pequeno lençol, quadradas e não muito bem identificadas. Chegamos mais perto vimos que eram cuecas. Essa foi nossa primeira impressão do tamanho do dono das cuecas. Chegaram depois, fomos apresentados  e começou uma amizade entre os casais. Praticamente toda semana nos reuníamos para jogar canastra. Eu e Hulda não jogávamos mal, mas não sabemos por que, não ganhávamos nunca e perdíamos sempre  “de lavada”.

Assim fomos conhecendo o Bolinha melhor. Ele era jornalista e apresentava um programa de noticias na madrugada/inicio da manhã em uma rádio de Florianópolis.

Numa feita fui até o estúdio com ele. As notícias ele recebia de agências, releases do governo e também recortava literalmente “gillete press” dos jornais do dia. Não tinha Internet ainda nesta época.

Bolinha era bem relacionado com os políticos no governo ou não. Lembro de poucos, mas entre outros, do então deputado Artenir Werner residente em Rio do Sul. Este deputado parecia ser meio “padrinho” do Bolinha. Tinha uma casa de praia em Laranjeiras, Balneário de Camboriú e algumas vezes o Bolinha nos convidou para passarmos o domingo lá com eles. Fomos uma vez de Floripa, todos num Fiat 147, o Bolinha e eu na frente e atrás , a Hulda, a Jô e mais três crianças ( Taís, André e Ariane). Não sei como coube todo mundo. Mas naquele tempo podia.

Tempos depois o casal mudou-se para um apartamento térreo em São José. O apartamento tinha uma porta que dava para a garagem e às vezas colocava-se cadeiras na garagem do prédio e ficávamos papeando ali. Uma vez fomos visitá-los e ele nos esperava na garagem em frente ao apartamento. Segurava uma cadeira e postou-se na frente do carro como se fosse um toureiro. Fui devagarinho encostando o carro na garagem, mas o “toureiro” não saía da frente. Avancei mais um pouco e mal e mal encostei na cadeira que ele segurava. Suas pernas pequenas, pé pequeno, devia calçar 40, mas o corpo avantajado tipo bola, perdeu o equilíbrio e foi um pacote só. La se foi o Bolinha cadeira e tudo para o chão. Ele me olhou assustado, mas depois rimos muito.

Outra feita, foi uma onda do mar que também pegou o Bolinha desprevenido e ele deve tomado alguns goles de água salgado, foi de rolo na beira da praia.

Aos poucos, ficamos conhecendo melhor o senhor Bolinha. Começou conosco, quando ficamos avalista em uma compra de móveis. Sofremos, eu e o lojista para que Bolinha pagasse a conta em atraso. Com muito custo ele pagou. Depois disto, começamos a ver seus problemas, sua compulsão por compras, tanto dele como da Jô. Era um festival de cheques sem fundo, nem sempre cobertos pelos “padrinhos”. Devia ganhar bem, nas assessorias que fazia, trabalhos como “mestre cerimônia”, mas gastava tudo.

Enfim, mesmo com o bom relacionamento acabou sendo preso por estelionato, na penitenciária da Trindade, não lembro ao certo mas deve ter ficado pelo menos um mês na cadeia. Fui visitá-lo um dia com a Jô. Nunca tinha entrado em uma cadeia e a experiência foi traumática para mim que visitava. Imagina que “morava” lá. Celas pequenas, privacidade nenhuma, pouco sol. Não sei se porque era dia de visita, mas pelo menos estava tudo limpo e não cheirava mal.

Depois disto, Jô engravidou e fomos convidados para padrinhos do Fernando Kaio. Jô tinha o apoio da família, Seu Bento, dona Odília,  as irmãs Deise e Maria da Graça.

Mudaram novamente, nós também voltamos para Blumenau em 1984, e perdemos contato com o Bolinha.

Tivemos algum contato ainda com a Jô, que separada do Bolinha tinha outro relacionamento e mais um filho. Morava em Foz de Iguaçu. Fomos até visitá-los Mas depois também não soubemos mais dela.

Anos mais tarde, o empresário Narbal Souza de Balneário Camboriú começou a investir em Blumenau em hotéis e na área de comunicação, fundando a Radio Menina FM. Para nossa surpresa, o comunicador das madrugadas era o Bolinha. Era líder de audiência no horário, bastante combativo. Arrumou um monte de amigos e monte de inimigos.

Bolinha agora vivia com a Léo, professora de educação física em um colégio de Blumenau.  Como éramos padrinhos do Fernando Kaio, fomos convidados a visitá-los. Conhecemos sua nova companheira e um sobrinho dela, Fábio, que viveu com o casal por um tempo,  e aos poucos fomos tendo retomando os contatos.  Vieram convites para novas canastras, convites para participar de eventos da Radio Menina, Oktoberfest, etc.. Conhecemos e fomos até apresentados à cantora Joana num encontro na casa deles.

O estilo de vida continuava. Motorista particular, festas, taxi pra lá e pra cá. Nunca faltava nada na casa. Mas o aluguel não era pago, despejo,  nova casa, novo despejo e contas e mais contas. O preço foi alto e Léo foi mais uma vítima do cheques sem fundo do Bolinha. Não sei como o banco já descontava direto estes cheques do salário dela, ficava meses sem receber nada. Se virava com podia, com trabalho extra, vendendo empadinha, artesanato, babá, caixa na Oktoberfest  e lá vai.

Numa eleição, a Radio Menina ia fazer a cobertura do resultado das urnas. Eu tinha uma empresa de informática e o Bolinha me contratou diretamente para totalizarmos os resultados, em Brusque, Balneário Camboriú e Blumenau. Contratei colegas freelancers, equipamentos, etc. Desenvolvemos programas e montei tudo para dar os resultados. a Apuração foi no Porta Aberta em Blumenau e acabamos montando a mesma estrutura que TRE tinha montado. No entanto, dependíamos da apuração de cada urna, que a Radio ficou de nos passar conforme os boletins assim que saia. Estávamos indo bem, mas mesmo com toda a estrutura montada, as apurações começaram a demorar para chegar. Trabalhávamos com os boletins oficiais. Uma radio da concorrência dava os resultado antes, de forma improvisada mas dava. Por fim ainda a Radio esqueceu que em Blumenau tinha mais um local de apuração montado no Colégio Santo Antonio. Enfim, como noticia e pão quente deve ser na hora, não conseguimos dar os resultados desejados e, tal como noticia velha, não servia para nada. Houve um mea culpa de ambos lados mas o Bolinha não quis pagar nada pelo serviço. Tive que provar depois das eleições que nosso resultado estava certo e igual aos boletins do TRE. Enfim, consegui depois de tempos um cheque para cobrir pelo menos o pagamento dos colegas contratados. Não fiquei devendo nada para ninguém, mas trabalhei de graça por quase um mês.

Depois disto perdemos contato total com o Bolinha.  “Ele foi candidato a vereador em Blumenau, incorporou o ‘Bolinha” no seu nome. Não ganhou as eleições e sumiu de Blumenau. Tempos depois soubemos que estava trabalhando em Balneário Camboriú em uma rádio.

Temos ainda algum contato com a Léo que felizmente deu uma reviravolta em sua vida, casou-se e vive bem com o seu Garibaldo.

Apesar dos pesares bolinha tinha seu instinto paterno elevado. Criou os filhos Maikon, Ariane e Fernando Kaio, primando pela educação nos melhores colégios, não faltava nada para eles. Era muito disciplinado quanto aos compromissos e horários.  Na cidade, também era herói de muita gente que ajudou como radialista. Foi uma figura polêmica.

Interessante que mesmo depois que se separavam do Bolinha, as ex companheiras continuavam o relacionamento conosco. Assim foi com a Jô e sua família, a Léo com sua mãe, o Fábio e por ultimo até o Garibaldo ficou nosso amigo.

Agora em Dez/2013, recebemos a notícia do falecimento do Bolinha. Fiquei sabendo pelo Facebook à noite, sendo que a cremação tinha sido à tarde. Vi outras notícias do jornal, do blog do Tonet, enfim alguns falando bem outros nem tanto. Vimos também  a manifestação dos filhos no Face. Acho que acabou sendo um bom pai.

Bolinha ao final foi para nós exemplo de todas as coisas, do que não fazer e também do que fazer.

Teria ido ao velório, sim, se tivesse sabido a tempo. Queira ou não queira, entrou em nossas vidas e deixou a sua marca.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vida de consultor - Resumo do TCC - da pós graduação FURB

O TRABALHO DE CONSULTORIA TERCEIRIZADA PELAS EMPRESAS DESENVOLVEDORAS DE SOFTWARES DE GESTÃO NA REGIÃO DE BLUMENAU-SC: A MOTIVAÇÃO PARA A PARCERIA *


As empresas de desenvolvedoras de softwares, particularmente na região de Blumenau (SC) estão procurando ater-se à sua especialidade que é o desenvolvimento de sistemas e tecnologia de base, deixando a implantação destes sistemas em seus clientes ao encargo de profissionais terceirizados, com empresa jurídica constituída.
Neste contexto, procurou-se saber, através de questionários com as empresas da região e entrevistas com seus consultores, quais relações acontecem entre as empresas desenvolvedoras de softwares e estes especialistas contratados e quais mecanismos são usados para manter o quadro de consultores contratados. Constatou-se que há uma relação de vínculos e trocas, onde as empresas contratantes procuram cativar estes terceiros contratados treinando e agenciando seu trabalho, proporcionando-lhes um ambiente seguro para o trabalho, além de outros benefícios indiretos.
Embora não exista uma relação formal de empregoe, a contratante usa praticamente os mesmo recursos motivacionais que usaria para os funcionários registrados. Com isto, a empresa também busca redução de custos e também busca inovação de forma mais rápida do que com quadros próprios. Os consultores, por sua vez, colocam à disposição dos clientes desta suas especialidades e tem, na maioria das vezes, como fator motivacional, a própria característica do trabalho, que é desafiante, de aprendizado constante e permite o contacto com pessoas.
A pesquisa demonstrou também que o preceito de colocar a ética acima de tudo é prática e exigência da empresa. O consultor coloca o mesmo preceito em prática, aliado à postura e atitude, sendo este o principal aglutinador para manter a fidelidade de parte a parte.
--------------------------------------------------------------
* Resumo do TCC do apresentado na FURB dia 07/06/2011. Em breve publicarei o trabalho completo

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pesquisa - Vida de Consultor

Blumenau, 06 de Outubro de 2010


Prezado Sr(a).

Meu nome é Sidnei Moisés Dalfovo, consultor de implantação de sistemas de uma grande empresa de Blumenau.

Nesta oportunidade me apresento como pós-graduando do curso de Gestão Estratégica Empresarial pela Universidade Regional de Blumenau.
Estou em fase final de trabalho de conclusão do curso (TCC), realizando uma pesquisa sobre O trabalho de consultoria terceirizada pelas empresas desenvolvedoras de softwares de gestão na região de Blumenau: A motivação para a parceria.

Não quero tomar o seu tempo mas a sua colaboração é muito importante para a realização desta pesquisa, que tem como objetivo geral estudar as relações existentes entre as empresas desenvolvedoras de softwares e seus consultores credenciados, terceiros não funcionários, e quais comprometimentos existem parte a parte.

Os dados coletados serão analisados de forma agregada e a privacidade da organização e do respondente serão absolutamente respeitados.

Para garantir o efetivo sigilo das informações, pessoalmente farei a coleta dos questionários respondidos ou, se for ocaso, encaminhados ao meu e-mail particular.
Peço o especial favor de responder sucintamente as questões abaixo apresentadas, respondendo a este e-mail, para sidnei@dalfovosistemas.com.br:  ou copiar/colar respondendo a este blog. Os comentários tem moderação e não serão publicados.

Antecipadamente agradeço o retorno, solicitando que seja feito até no máximo dia 15/10.


Anteciosamente

Sidnei Moisés Dalfovo – Pós-graduando.

-------------------------------------------------------

QUESTIONÁRIO PARA O CONSULTOR

1. Qualificação do Consultor

Formação
Segundo Grau
Curso Técnico ________________________
Terceiro Grau//Graduação
____________________________
____________________________
Pós Graduação __________________________
Mestrado _______________________________
Doutorado ______________________________

Formação complementar ( Ex. Certificação PMI/PMBOK),__________________

Principais qualificações relacionadas à empresa contratante

( Certificação em produto)______________________________________

Filiação de categoria/entidade de classe ( Ex. CREA / CRA) _________________



Faturamento anual

( ) De 20 a 40 mil reais
( ) De 40 a 60 mil reais
( ) De 60 a 80 mil reais
( ) De 80 a 100 mil reais
( ) acima de 100 mil reais

Tempo de atividade como consultor ( anos) ________

Distancias em km ou horas de vôo
Residência até a base do contratante ________
Residência até os clientes atendidos (últimos) _______ até _________

Qual o tempo de permanência média nos últimos contratos __________

2. Que relações acontecem entre a empresa e os consultores credenciados e que comprometimento existe parte a parte?

( ) Contrato de prestação de serviços
( ) Acordo verbal
( ) Relação de amizade / parentesco
( ) Outros. Especificar ________________________________

3. Que fatores motivacionais o consultor contratado mantém além da simples remuneração pelo serviço prestado?

( ) Ausência de vínculo empregatício
( ) Horário flexível
( ) Possibilidade de viajar
( ) Conhecer novas experiências administrativas
( ) Contacto mais freqüente com pessoas novas
( ) Liberdade de atuação
( ) Aprendizado contínuo, permanente.
( ) Trabalho com pessoas.
( ) Outros. Especificar ________________________________

4. Que sentimentos levam o consultor a se manter fiel à esta empresa ?

( ) Apoio do contratante nos momentos difíceis.
( ) Retaguarda do contratante
( ) Suporte à dúvidas,
( ) Outros. Especificar _______________________________

5. O que o consultor oferece à empresa que o contrata

( ) Lealdade e comprometimento com o cliente contratante.
( ) Colocar à disposição do cliente seus conhecimento e habilidades
( ) Procura Constante da inovação
( ) Busca incondicional a melhoria de processos
( ) Ter pensamento estratégico
( ) Administrar bem o seu tempo,
( ) Outros. Especificar ________________________________

6. Quais as características comportamentais necessárias (Pré-Requisitos para ser um consultor)

( ) Noção que o consultor é um agente de mudanças,
( ) Manter sua integridade profissional,
( ) Agregar valor ao cliente contratante.
( ) Realizar-se profissionalmente,
( ) Noção que o consultor é representante de empresa contratante.
( ) Atitude interativa e racional,
( ) Valores culturais consolidados,
( )Transmitir otimismo e segurança no desenvolvimento do trabalho de consultoria.
( ) Outros. Especificar ________________________________

7. O que é importante numa negociação de contrato?

( ) Benefícios de ambas as partes.
( ) Barganhar com a experiência
( ) Envolvimento e responsabilidade solidária por seu trabalho.

Benefícios adicionais

( ) Treinamento
( ) Associação
( ) Equiparação a funcionário nos brindes de Natal
( ) Convênios ( Saúde, seguro)
( ) Outros. Especificar ________________________________

8. Que recursos usa para motivar-se

( ) Formas diferentes também de vivenciar esta sua forma diferenciada de trabalho.
( ) Busca do que é realmente importante para si,
( ) Verificar que visões e valores busca através do trabalho.
( ) Bem relacionar-se,
( ) Falar coisas não quantificáveis,
( ) Sair do escritório (literalmente),
( ) Contar histórias e experiências da empresas e
( ) Encorajar todos a viver conforme a visão da organização.
( ) Participar de uma organização, pois juntos ficam mais fortes.
( ) Outros. Especificar ______________________

sábado, 2 de outubro de 2010

És Feliz ?

Esta noite que passou tive um sonho muito inusitado.
No meu sonho, estava estacionando meu carro, de ré, quando bati no carro de traz.
Parei imediatamente, sai do carro e fui para traz verificar o estrago. Havia batido num carro antigo Ford F1 (foto), caindo aos pedaços, todo arrombado. A motorista deste carro, muito tranquila, desceu do carro e foi comigo ver o que tinha amassado.
Então eu falei pra ela: " Olha, quero ser justo e pagar pelo estrago que eu fiz no seu carro, mas ele já está todo amassado. Como é que vou saber qual o amassado que eu fiz ?"
Ela, que agora tinha notado, estava bem vestida, " toda perua" se encosta numa parede, acende um cigarro, e despreocupadamente me pergunta: " Você é feliz ?  . Não lembro o resto do sonho.


Ultimamente é muito difícil eu lembrar dos meus sonhos, mas felizmente, deste lembrei, quando acordei.
A pergunta da moça não saia da minha cabeça. Trabalhei o dia todo, pensando no assunto " Você é Feliz?".
É claro que pra quem esperava uma bronca por ter batido no carro da moça, esta pergunta me deixou atordoado. Agora, bem acordado, fico ainda me perguntado, o que eu teria respondido pra moça ?
Ultimamente estou lendo alguns livros voltados no assunto da busca da felicidade.
Estou em busca do que " realmente importa". Segundo dois autores: Anderson Cavalcante e Peter Block, estamos perdendo muito tempo nesta nossa vida. Trabalho, trabalho, trabalho. Quando finalmente paramos para descansar ( merecidamente) já não temos forças para nos divertirmos. Por isso o " descansar" fica chato, pois só queremos e podemos descansar.
Com isto, creio que posso responder pra moça. " Sim. Sou feliz e estou fazendo o que realmente importa".

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Diário da Dengue (por enquanto suspeita)

Diário da Dengue


Estou no projeto Eletro Shopping desde outubro de /2009. Estamos hospedados num ótimo hotel a beira-mar em Pau Amarelo, município de Paulista, Estado de Pernambuco. Fica a 30 km da capital, Recife.



O hotel tem apartamentos de categoria luxo, super-luxo e standard, a categoria que usamos. Todos foram reformados recentemente, instalando ar condicionado split em todos eles.

Os aptos tipo Standards estão no andar térreo, alguns nos andares superiores, laterais, mas com boa ventilação, sacada e vista parcial do mar. São os melhores nesta categoria e localização.
Como são poucos, são muito concorridos. Sempre pedimos para ficar neles, mas é difícil conseguirmos.
A 33ª. Semana de trabalho, iniciou em 22/06, uma terça feira. Fiquei feliz, pois finalmente fui atendido. Estava no terceiro andar, apto 306.

A temperatura em Pernambuco, sempre muito alta, deu uma folga e está bastante agradável. Dá pra dormir até sem ar condicionado. No 3º. andar, com a sacada aberta, sopra uma brisa leve do mar.

Dia 30/06(quarta-feira) abri a sacada assim que cheguei a noite, por volta das 19:00. Ficou aberta por uma duas horas. Quando voltei do jantar, o quarto estava cheio de mosquitos. Fechei imediatamente, matei alguns mas ainda sobraram alguns heróis sem eu ver.

No dia seguinte achei um deles de barriga cheia, perto da cama. Matei. Achei outro no banheiro. Matei. Não dei importância. Fui dar a minha caminhada de todos os dias em direção ao forte Pau Amarelo. Não senti nenhuma picada. Voltei pro hotel, banho tomado e fui trabalhar normalmente. À noite abri um pouco a sacada, mas logo fechei e liguei o ar condicionado.

O colega César também reportou que passou a noite também brigando com os mosquitos.

Dia 02/07 (sexta), dia marcado para retorno a Blumenau, depois de 15 dias de trabalho. É dia de jogo da seleção brasileira. Vôo marcado para 13:40. Como estava chovendo, não caminhei. Trabalhamos até as 11:00, inicio do jogo Brasil e Holanda. O taxi chegou as 11:15. O Taxi não tinha rádio. Achei uma FM no celular transmitindo o jogo. Comemoramos nós dois o gol do Brasil no primeiro tempo. Vi resto do jogo no aeroporto enquanto almoçava. Frustração geral. A turminha do Dunga não deu conta do recado. O Brasil estava fora da copa.

Viagem normal tudo no horário.

O trabalho desta semana é feito remoto de Blumenau. Inicialmente é dedicação exclusiva para a Eletro Shopping, mas a Senior tem outros planos.

• Dia 5 – Segunda – Joinville, empresa Softexpert. O Cliente cancelou mas a Senior não me consegui avisar a tempo. Fui a Joinville em vão. Retorno e trabalho o resto do dia (tarde) remoto pra Eletro Shopping.
• Dia 6 – Terça – De manhã trabalho remoto Eletro Shopping. À tarde dentista.
• Dia 7 – Quarta de manhã Médico para meu check-up anual. A tarde trabalho remoto Eletro-Shopping.
• Dia 8 Quinta – Joinville – Cliente confirmou. Trabalho até meio dia. À tarde, retorno para Blumenau e  trabalho remoto Eletro Shopping
• Dia 9 e 10 ( Sexta) – Trabalho remoto para Eletro Shopping.

Sexta(9) fiz os exames de laboratório receitados pelo médico na consulta de quarta-feira. Foram coletados  sangue e urina, solicitado exame adicional do PSA pra próstata. Enfim, tudo que tinha direito e o INSS pagava. O resultado só ficaria pronto na próxima terça-feira (13). Nenhum problema. A Hulda apanharia o resultado. Afinal eu estava muito bem. Estava fazendo isto por prevenção. Mal sabia eu....

Sábado(10) a noite feliz. Aniversario da Hulda. Comemoramos na Pizza Mia. Consumimos 1,5 m de pizza. Encontros surpresas. Foi difícil convidar os amigos, fugindo da Hulda, disfarçando para poder ter uma noite diferente. Depois de anos, rever os amigos Suelita e Orlando, Eloisa e Adilson. Taís trouxe o seu Bruno, Lu, Andre trouxe os sogros Luci e Osmar. Foi uma noite muito feliz e alegre.

Domingo (11) muito frio em Blumenau. Perdemos a hora da missa de manhã. Montei uma tela de arame nas grades do jardim para que o Black e Emi não fugissem mais. No meio da tarde começou a chover e tive que interromper. Já no final do serviço, ao levantar, bati com a cabeça na caixa postal. Ficou a marca na careca. Tomei um banho e fui tirar uma soneca. Estava frio, certo, mas comecei a sentir mais frio, Mesmo de baixo das cobertas, tremia de frio. A Hulda teve que recordar os tempos de enfermeira. Estava com 38 graus de febre. Me deu um anti-térmico e a febre baixou. Mesmo assim, consegui dormir normalmente a noite.

Trabalhei remoto para Eletro Shopping na segunda feira (12), estava normal, sem febre ( a Hulda mediu). Peguei o ônibus da Azul às 5 da tarde. Encontro o colega Tonin no aeroporto. Uns 30 minutos antes de embarcar, começou uma tremedeira estranha. Por prevenção tinha junto comigo um antitérmico. Tomei e o treme-treme logo parou. Me senti confortável e embarquei. Dormi normal no vôo, nos dois trechos e 4 horas de vôo.

No meu pensamento, estava "cozinhando" uma gripe. Dentre as tantas que já tive, tiraria esta de letra também.

Chegamos ao hotel pelas duas da manhã. Noite mal dormida, olhos pesados, pesadelos, mas consegui dormir umas 3 horas.

Terça-feira(13) trabalho normal. Um pouco cansado, trabalhei normal. O Ar condicionado da sala estava mais frio do que o comum. Tinha uma jaqueta dentro da mochila e usei. As meninas Beth e Graça, também estavam com frio. Os meninos achavam a temperatura normal. Trabalhei normal o dia inteiro, me alimentei normal, tava tudo certo.

Noite mal dormida mesmo. Pesadelos. Esqueci de colocar o timer para desligar a TV e os diálogos dos filmes começaram a se mesclar e fazer parte dos pesadelos. Enfim, dormi mesmo lá pelas 5 da manhã. Quando acordei, não sei como, desliguei a TV.

Às 8:00 estava na Eletro Shopping. Na sala gelada, usando a jaqueta, consegui trabalhar até umas 10:30.

Comecei a sentir mais frio, tomei um café quente e um comprimido antitérmico, mas não adiantava. Saí da sala. O corredor estava mais quente, mais confortável. Tentei ainda continuar a trabalhar, mas não dava, Começou uma tremedeira. Mesmo no corredor era frio. O único local que dava para ficar era perto da porta de entrada onde cada vez que um entrava, entrava também um pouco de ar quente da rua. Voltava para sala, ficava um pouco e voltava pra porta de entrada. Ficava um pouco, voltava pra sala. Esperava que o remédio fizesse efeito e aquela agonia passasse. E não passava.

Pelas 11:00, pedi a Beth para descansar um pouquinho no carro dela, que estava estacionado no pátio de dentro, meio na sombra, meio no sol. Sentei no banco de passageiro, reclinei o banco e abri todos os vidros. Estava quente dentro do carro, mas estava confortável. Dormi uns 45 minutos e acordei todo suado, tonto e com ânsia de vômito. O carro agora estava todo no sol. Vomitei um pouco, como medo danado de não sujar o carrinho novo da Beth . Fiquei um pouquinho ainda. A ânsia de vômito passou e a Beth apareceu, me levou pra dentro.

Já era meio dia. Sentei na recepção, apareceu um copo de água, mas a tontura era muito forte. Logo formou-se uma rodinha perto de mim. Notícia ruim corre depressa. Beth, Tonin, Christiane, Paiva e outras pessoas que não lembro agora. Pedi para ir para hotel. O Tonin chamou o taxi do Natan para me levar. Eu cada vez mais tonto. Resolvemos então que eu iria para o pronto socorro. Christiane perguntou se eu tinha plano de saúde. Eu disse que não tinha. O tempo passava e nada no taxi chegar. Aí o Sr. Freitas (vice-presidente), veio ver o que estava acontecendo. Viu a situação e pediu para alguém me levar imediatamente ao pronto socorro no carro dele. O motorista era um senhor da segurança, infelizmente não sei o seu nome ( preciso saber para agradecê-lo). Tonin foi até a sala, pegou a minha mochila a o notebook. Ele e Paiva embarcaram comigo. Paiva, como conhece bem os postos de saúde recomendou que fôssemos logo para o UPA de Olinda ( Unidade de Pronto Atendimento), melhor estruturado que o de Paulista. Eu no banco da frente, tonto, muito quente, e os dois atrás, fazendo piada para ver se me animava.

Chegamos ao UPA de Olinda, e fomos atendidos na emergência. Colocaram-me numa cadeira de roda e fomos fazer a ficha de entrada. Apenas nome e idade pelo que lembro. Eu cada vez mais grogue, com muito sono. Nesta pré-consulta me deram uma pulseira branca (observação). Mediram a febre. Paiva falou que estava em 40º. Deixaram-me na cadeira, então aguardando a minha vez. A sala de espera estava repleta. A senha que recebi era 151. Aí que os meus amigos viram que a ultima senha chamada era a 51. Ia demorar o atendimento. Meu amigo Paiva, chamou o atendente de lado, explicou a situação, febre alta, tontura, vômitos, etc. Convenceu o homem. Trocaram a minha cor de atendimento para amarelo ( caso grave), e em 15 minutos fui atendido.

A médica muito atenciosa, começou a consulta, perguntava as coisas para mim e eu respondia com dificuldade. Me sentia totalmente tonto. Apagava ou dormia, não sei. Peguei o meu documento e passei pra Paiva. Confirmaram a febre ( 40º. ) e tiraram sangue. Me colocaram numa enfermaria de observação. Me aplicaram soro, um liquido amarelado. Segundo o enfermeiro Tonin junto com o enfermeiro Paiva, era soro, Buscopan e um complexo vitamínico. Só podia ficar um junto comigo. Mas a enfermeira virava as costas lá estavam os dois. O Tonin com a minha mochila nas costas e o Paiva fazendo piada. O soro pingava um gota por segundo. Eu olhava aquele litrão pendurado e via que a “ coisa ia demorar”. Dormi ou apaguei de vez não sei.

Dormi por 3 horas. Meus amigos ficaram de plantão. Provavelmente fugindo da enfermeira. Como não tinham nada para fazer, começaram a tirar onda comigo, dormindo. O que sei até agora é que tiraram fotos. O resto preciso saber. Neste meio tempo, a retaguarda Senior foi acionada. O Lauro já estava vendo retorno pra Blumenau

Quando acordei o soro estava quase no fim. Não estava mais tonto. O exame de sangue já estava pronto mas o médico tinha emergências para atender e demorou um pouco para vir. (Tinha uma menina com convulsão). Eram quase 6 da tarde quando ela veio me ver. Senhora simpática, de máscara branca. Dra. Francisca. Muito atenciosa. Viu o exame e nos falou que havia suspeita de dengue. O nível de plaqueta estava baixo (150). Mas a febre baixou. Precisava acompanhamento. Solicitou refazer o exame de sangue em dois dias. Me deu um atestado médico de 5 dias de afastamento. Me recomendou tomar Tylenol caso a febre voltasse. Me deu alta e me mandou pra casa.

Embora não tenho plano de saúde, tenho um seguro inatividade. Este seguro me paga uma importância por dias parados por incapacidade, devidamente comprovados. Já pago a dois anos e graças a Deus nunca precisei usar. Agora vai precisar. Pelo menos vai remunerar parte deste primeiros 3 dias que perdi horas de trabalho. Deve cobrir uns 40%. O Restante vou ter que correr a traz no resto no mês. Senão vai faltar grana.

Chamamos um taxi e voltamos para Eletro Shopping. Estou me sentindo bem. São 19:00 e chegamos a tempo de pegar o taxi do Paulinho para voltar pro hotel. Agradeci quem ainda estava na Eletro Shopping e só ouvia de todos: “ Te cuida”.

O Lauro autorizou a passagem e a Alessandra marcou para as 13:40 de quinta(15). Aniversário do meu irmão Reginaldo.

No hotel, jantei uma salada com verduras, tomate, etc. e tomei uma sopa. Consultei o Google sobre dengue (de repente fiquei especialista.) o melhor site que achei foi  http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?101 Dormi mal a noite. Como havia dormido no pronto-socorro, faltou sono. Acordava e dormia. Começou uma diarréia leve e vontade de urinar com mais freqüência. Pouca quantidade e um pouco de dor. A médica havia recomendado observar presença de sangue na urina, fezes ou gengivas. Havia medo de Dengue Hemorrágica. A cada ida ao banheiro ficava observando. Tomei um susto. Lá pela madrugada, acordei e fui no banheiro. Olhando no bacio, vi uns pontinhos vermelhos boiando. Logo em seguida vontade de “ fazer mais”. Sentei no bacio e ( Eca....) analisei o resultado mais detalhes no papel higiênico. Tive que colocar o dedo para analisar ( lavei muito bem depois). Acho que o hotel todo ouviu uma gargalhada na madrugada. Era a casquinha do tomate que não havia sido decomposta totalmente. Acho que dormi um pouco melhor o resto da noite.

Fiquei de manhã no hotel , colocando em dia ainda alguma coisa da Eletro Shopping. Arrumei as malas às 11:30 e fui para o aeroporto. Embarque com meia hora de atraso para Campinas. Viagem normal. Aproveitei a viagem para estudar para a Pós-Graduação, ultimo capítulo da disciplina Marketing Estratégico.

Espera inicial de 1,5 h para conexão para Navegantes. Chuva fina, frio. Fui até a farmácia do aeroporto atrás de um termômetro. Tinha um de 30 reais, eletrônico, que tocava musiquinha e dava um bip quando a temperatura estava medida. Tinha um outro de 5 reais que só media a temperatura. Comprei este. Medi a temperatura e estava com 37,5º. Tomei um Tylenol, pra garantir, comi um pão de queijo e fui para a sala de embarque. Antes comprei uma latinha de água de coco e uma água mineral. Sabia que só passava no raio x as embalagens estiverem fechadas.

Quando estava na hora de embarque, uma voz feminina avisa que “por condições meteorológicas o vôo 4151 para Navegantes está sendo adiada para 19:50 (2 horas)”. Foi aquele OOOOO geral pelo aeroporto. Descobrimos depois que o problema estava em Maringá que fechou o aeroporto por chuva. Navegantes, estava normal. Sentado ao meu lado estava outro catarinense, de Dona Ema, chateado como eu. A mesma voz, logo em seguida convida os passageiros para pegar um vaucher para o jantar, no valor de R$25,00. Pegamos o vaucher e fomos jantar na Macarronada Italiana. Eu estava com pouca fome, ele também. Resolvemos dividir um sanduíche Beirut. Compramos mais um refrigerante e com isto gastamos o primeiro vaucher. Como não podia usar em bebida alcoólica, meu amigo ficou sem cerveja. A primeira idéia era gastar o segundo vaucher em cerveja. Compramos mais duas águas de coco, duas agua mineral e sobrou grana para 7 pacotes de castanha do Pará. Meu amigo, Jaílson Formentin. (ele me deu o cartão) é representante comercial de colas industriais. Foi um papo gostoso e logo as duas horas passaram rápido. Sempre que posso, converso com as pessoas. É uma forma legal de aumentar nossa rede de contactos. Se aprende bastante, muitas vezes ganhamos amigos.

Tentei dormir no vôo, mas balançou demais. Mal deu tempo de servir o lanchinho. Navegantes com chuva, frio. A Hulda tinha me alertado e eu me protegi bastante. No micro-onibus a Blumenau consegui dormir na hora que dura a viagem. Meu filho André me buscou no centro. Cheguei logo em casa e foi alívio geral quando viram que eu estava bem. Enfim, saí do hotel as 11:00 e às 23:50 estava em casa. O Black veio abanado o rabo todo feliz me receber. A Emi estava toda borocochó pois foi feita a cirurgia de esterilização. Medi a febre, minha, não a da Emi. Estava com 38º. Tomei um Tylenol e fui dormir. Felizmente consegui dormir bem, apesar de alguma idas ao banheiro.

Com a minha filha Taís como motorista, logo de manhã fui até o posto de saúde aqui perto de casa. Estava muito frio. Creio que +- 10º. Falei com a atendente. Assim que foi visto que era suspeita de dengue, disparou alarme pra tudo que é lado. Me encaixaram na próxima consulta, encarando como emergência. O médico atendeu logo. Mostrei o resultado dos exames feitos na sexta anterior. O nível de plaquetas estava em 270. Mostrei o exame feito em Olinda, com plaquetas em 150. O interessante é que este primeiro exame, foi feito com objetivo de acompanhamento preventivo da saúde da próstata, já que tenho histórico na família. Papai teve câncer de próstata. Diante da suspeita de dengue, a próstata perdeu importância. Espero estar tudo bem, pois o médico não falou nada. O médico fez a requisição para o novo exame de sangue, conforme solicitado pela médica de Olinda. Teve umas formalidades ainda no posto de saúde e fomos liberados.

Saí de casa em jejum para, se necessário, já coletar sangue. ( depois vi que não precisava). Com a requisição, estávamos indo para o laboratório, quando a Hulda ligou. A vigilância epidemiológica havia ligado, dizendo que não era para fazer o exame. Não concordei, discuti com a Hulda. Ela estava comigo no telefone e a vigilância no outro lado. Insisti em fazer o exame. A Hulda me mandou então a ir direto na Vigilância. Lá fui muito bem atendido pela funcionaria Adriana. Descobri que a doença está sendo muito bem monitora pela Vigilância aqui em Blumenau. Todos os casos (poucos) foram adquiridos fora da cidade. Espero não ser o primeiro. O mosquito transmissor existe por aqui também, mas não está contaminado. Então se eu estiver realmente com dengue e se um infeliz do mosquito me morder e depois for dar uma mordidinha no meu vizinho também, é assim se espalha esta praga. A Adriana fez uma longa entrevista, para saber onde possivelmente eu tenha sido contaminado. Fui recomendado a usar repelente, para que eu não contamine nenhum mosquito por aí, e seja culpado pela primeira epidemia de dengue em Blumenau.

Enfim fui fazer o novo exame no Laboratório Santo Antonio. Ficou pronto as 4 da tarde. As plaquetas estavam em 160. Estou contente pois estabilizou. Agora vamos acompanhar. Segunda feira será mostrado pro médico. No sábado e no domingo não tive febre. Dormi, um pouco melhor, mas ainda estou ainda urinando muitas vezes, pouca quantidade. A diarréia também deu uma folga parece estar melhorando.

Sábado tranqüilo, sem febre. Passei um e-mall de agradecimento para o pessoal de Pernambuco:

Com a graça de Deus, estou bem.
Inicialmente, peço desculpas pelo susto e incômodo que causei a todos por aí.
A gente sabe que quando se pede ajuda, sempre se terá. A amizade verdadeira nos dá esta certeza.
Estou com acompanhamento médico aqui. Não está confirmado totalmente ainda o diagnóstico de dengue, embora os sintomas são parecidos.
Tem um exame definitivo que só pode ser feito dia 22/07. Até lá temos que aguardar.
A febre continua indo e vindo +- a cada 12 hora. Agora ficou fácil, porque a gente monitora e assim que o chega 38 graus, Tylenol nela. Está sendo eficiente.
Segundo o médico, não tem cura. Vai diminuindo, mas por 15 dias fica incomodando.
Segunda feira tenho mais uma consulta de retorno. Mandarei notícias.
Estou eternamente grato a todos vocês. Espero poder retribuir
Fiquem com Deus. Ele está vendo isto tudo. Recompensará, à sua maneira conforme cada um de nós merece.
Bjs pras meninas e um abraço a todos.

Neste domingo(18) fomos almoçar na FestiItalia. Tomei uma taça de vinho, ( acho que podia). Depois fomos visitar lá na Vila Germânica uma exposição de fuscas. Tinha mais de 500 reunidos todo chunto. Passamos um domingo alegre, em companhia da Taís e do namorado Bruno.